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MITOS E VERDADES: PRESSÃO DE SUPORTE E PEEP FISIOLÓGICA

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 Quando falamos de desmame ventilatório ainda misturamos evidência com arte, pois mesmo depois de anos de estudos e com vários testes utilizados, poucos tem poder positivo de prever um desmame com sucesso e mesmo quando o paciente é desmamado ainda 20% poderão voltar para o ventilador mecânico. Assim dentro deste mix de evidência e arte temos as afirmações sobre alguns parâmetros:

 

 

Pressão de suporte

 

 Alguns profissionais afirmam que ao aplicarmos uma pressão de suporte entre 5 a 10 cmH20 poderemos superar a resistência da cânula endotraqueal, porém não contamos com o edema de parede glótica que ocorre quando o paciente está em uso deste dispositivo. Portanto este edema em mucosa poderá produzir aumento da resistência das vias aéreas superiores após a extubação. Portanto com a adição de uma PS de 5 cmH20 poderemos diminuir o trabalho respiratório do paciente em até 38% e quando ofertamos uma PS de 10 cmH20 chegamos a números de 60%. Não podemos deixar de citar que ao extubar o paciente este trabalho respiratório irá aumentar e a depender da doenças de base e o status atual do paciente, onde ele poderá ou não tolerar incrementos de até 60% no trabalho respiratório. Portanto devemos ter muito cuidado com valores pré-definidos e com definições estabelecidas e utilizadas para todos sem individualizações.

 

PEEP Fisiológica

 

 Outro ponto discutido é sobre a PEEP onde os profissionais afirmam que ao inserirmos um tubo endotraqueal perderemos a PEEP Fisiológica devido a perda da ação da glote. Não temos evidências sobre este assunto e a tratamos como mito, pois fica claro que ao sedarmos o paciente ele perderá seu drive ventilatório, apresentará perda volumétrica devido a paralisação do diafragma. E está perda de volume poderá ser revertida com uma PEEP de 5 cmH20.

 

 Não podemos esquecer que volume pulmonar no final da expiração se aproxima do volume de relaxamento do sistema respiratório, o que se determina pelo equilíbrio estático entre a oposição de recolhimento elástico do pulmão e parede torácica.

 

 

 Assim a pressão estática de recolhimento do sistema respiratório é zero no final da expiração em adultos saudáveis, com isso a adição de Peep de 5 cmH20 poderá diminuir o trabalho respiratório em até 40% em pacientes ventilados, assim como melhora no débito cardíaco em pacientes com falência ventricular esquerda

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 Portanto a expressão de parâmetros mínimos é muito comum no nosso dia a dia e ela não prediz em 100% quais pacientes irão se manter bem após a retirada do suporte ventilatório, mesmo com uma PEEP de 5 cmH20 e uma PS de 5cmH20.

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Portanto ainda estamos com uma mescla de evidência e arte.

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